Conheça a história: Verão da Lata Rio de Janeiro 1987
Tudo aconteceu no verão de 1987/1988, mas a trama tinha sido planejada, paradoxalmente, no inverno de Aspen, nos Estados Unidos, dois anos antes. Uma gangue especializada em traficar maconha do Sudeste Asiático para a América planejou mais uma viagem. Era a terceira, sendo que as duas primeiras foram um sucesso e deram muito lucro. Só que, dessa vez, deu errado. Bom, errado pra eles, pra gente talvez tenha sido um dos verões mais certos, ou, digamos, incertos… Foi assim: um barco chamado Solana Star carregado com 15 mil latas (ou 22 toneladas) de maconha veio da Tailândia para o Brasil, e na altura de Angra dos Reis (RJ) teve um desencontro com outros barcos que descarregariam a droga. A carga seria levada para Miami, aos poucos, em lanchas rápidas.
Cansados de esperar os barcos, os tripulantes ouviram no rádio que a Marinha realizava uma busca na costa brasileira. Apavorados, decidiram se livrar da carga. Os criminosos viram a Marinha, mas a Marinha não os viu. Livres de toda a maconha, aportaram o Solana Star no Rio de Janeiro e seis dos sete tripulantes pegaram o avião e foram embora. Apenas um ficou no Brasil, e acabou sendo preso. As latas navegaram pelas correntes marítimas brasileiras até que chegaram no litoral. As praias, desde o Guarujá, em São Paulo, até Saquarema, no Rio de Janeiro, receberam muitas, mas muitas latas mesmo. E assim começou o famoso Verão da Lata.
(*Tocha Alves é diretor de documentários e conteúdo em diversas mídias e, em parceria com Haná Vaisman, dirigiu o documentário especial para TV Verão da Lata, que estreou em dezembro no canal History.)
Música, artes plásticas, gírias
Inspirado naquele verão, Chacal fez o poema “A lata” (“Da lata/ Sai o gênio da fumaça/ Que do mar veio para a areia”), que recitaria, anos mais tarde, no disco “Da lata” (1995), de Fernanda Abreu.
— Só numa cidade como o Rio de Janeiro uma situação dessas, que podia ser encarada como calamidade, virou humor — analisa hoje Fernanda. — Aquelas latas reverberaram na música, nas artes plásticas, nas gírias… Em pouco tempo, tudo que era bom era “da lata”. A lata lavou a alma.
A cantora é uma das entrevistadas “do lado pop” (junto com Lobão e Fausto Fawcett) por Tocha Alves para seu documentário sobre o Verão da Lata. Além dos artistas, o diretor conversou com os envolvidos na questão policial e com gente que ainda tem latas — vazias de erva, mas recheadas de causos mirabolantes.
— Vejo o Verão da Lata como o último suspiro hippie na pós-ditadura — conta Tocha, que já filmou três reconstituições do que poderia ter acontecido no mar, em 1987, com a carga do Solana Star.
O “lado pop” também marca presença no livro de Wilson Aquino num depoimento do roqueiro Serguei (que participou de uma pescaria de latas em Saquarema), numa HQ do personagem Capitão Presença e num conto do site Molusconto.com.
Mesmo assim, quase 25 anos depois, algumas lendas permanecem. Como a de uma socialite que teria pedido aplausos para a erva da lata, considerada de ótima qualidade, por ter forçado um aumento no padrão do produto oferecido pelo tráfico carioca. E ainda há a incerteza de que havia apenas 22 toneladas de maconha nos porões do Solana Star.
Veja imagens do livro ‘Verão da Lata’, de Wilson Aquino – Via
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